Sinto-me muito tentada
Tentada pela vontade de saber
Saber do que não sou capaz
Saber do que não é capaz
Sinto-me muito tentada
Tentada pela vontade de saber
Saber quais não são os limites
Saber aonde não vou
E aonde não me deixa ir
Sinto-me muito tentada
Tentada pela vontade
Vontade de te tentar
Tentar com olhares,
Tentar com palavras,
Tentar com outros gestos...
Tentar e tentar...
Tentação,
Sinto-me tentada por você.
Você sabe que me provoca
Intencionalmente ou não
Com olhares,
Palavras
E gestos...
Sedução.
Provoca, excita, instiga...
Provoca, instiga, excita...
Tenta...
Consegue...
Tenta minha coragem
Que conheço em parte
E que o medo conhece tão bem
Tenta minha imaginação
Imagino ação
Ação de ir além
Além dos meus pensados limites,
Além do que penso ser capaz...
E as questões me perseguem
Instintivamente respondo-lhes
“Não façam assim,
Não questionem a mim!
Porque com ela é diferente,
A brincadeira é envolvente!”
Tentação,
Envolve-me, enrolo-me
E o meu eu sente!
Sim, sei sentir.
Sinto medo,
Sinto coragem,
Sinto você,
Tentação,
Longe,
Perto,
Sinto você,
Sinto seu abraço,
Sinto seu beijo,
Sinto sua vontade,
Eu tento não mostrar que sinto...
Mas sentir sua vontade (de não sei o quê)
Faz eu não me conter
E dizer tudo isso a você,
Tentação.
No (dis)curso da vida há linguagem o tempo todo, significando cada momento. E há momentos que são pura poesia. Alguns se encontram aqui poetizados. Outros foram poetizados, mas não se encontram aqui. Fazem parte do que é silenciado por aí... Há também aqueles que estão por vir e - quem sabe? - a serem inscritos, escritos, descritos... Você vai ler, (não) se identificar, interpretar cada momento-poesia. Mas saiba: os sentidos (sempre) podem ser outros. Porque, no (dis)curso da vida, há movimento!
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