quarta-feira, 13 de abril de 2011

PARA UM ANJO QUE SE ESCONDE

Maninha,
irrompeu em mim uma vontade estranha de te escrever e te ler
Uma vontade louca de te ter aqui nesse instante de inspiração
Nessas palavras, nessas linhas, nos entremeios, na poesia, no tempo e no mundo...
Escrevia, lia... Faltou energia, faltou luz, faltou você.
Sobrou minha vontade, interrompida por esse instante de ausência.
Fechei os olhos e, na escuridão das minhas pálpebras, senti sua presença.
Ela intrigava meu olhar com contradições:
Vi sua candura escondida em sua beleza
Sua beleza ocultar sua doçura
Sua fragilidade nas mãos, bem segura.
Sua segurança abalada
Sua força vencer suas fraquezas
Suas fraquezas não terem reação
Sua alegria anestesiar suas dores
Suas dores esquivarem-se
E, no fundo dos seus olhos, vi sua liberdade presa.
Sua liberdade se sentia sufocada
E você gritava que não podia sair
Vi você se (des)entender,
Errada, errante e dividida,
Querendo carinho, colo e calor
Ser ouvida no silêncio das tardes frias
Continuar no caminho das suas errâncias
E ser entendida sem mesmo dizer.
Abri os olhos e percebi que conheci, nesse contradizer,
O anjo que se esconde dentro de você.
O anjo que não é fantasia, que não é endiabrado,
O anjo que é anjo de verdade, desde o dia da mentira,
E que eu adorarei até a eternidade.

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