sexta-feira, 15 de abril de 2011

RECEBA AS PALAVRAS QUE NÃO ENVIEI

Muito do que escrevo (estando ou não nesse blog) não chega aos endereçados. Eu, que para uns sou calada, para outros falo demais, tento aprender a medida certa do calar e falar. Ainda estou longe, sei eu, dessa boa medida. Ou calo demais, ou falo demais. Quando escrevo, acho um ponto de encontro entre o calar e o falar. Aliás, somente quando escrevo para alguém e não lhe envio minhas palavras. Não falo, mas também não calo.
Há muitas poesias silenciadas no caminho. Silenciadas, não porque deixaram de ser ditas, mas sim porque mesmo ditas em cada escrita, não fizeram sons aos ouvidos dos destinatários. E o som, sabemos, faz bem à alma; o de uma poesia então regozija-a.
Pois é, nem todas as palavras que te disse chegaram à sua alma. Estão aqui comigo. Mas achei que você merecia saber ao menos isso. Embora não saiba que e o que escrevi para você, merece essa explicação. Quem sabe assim imagina as palavras mais serenas, mais doces, mais sensuais, mais melódicas e faz a poesia perfeita de si, para si... Mas imagine-as escritas por mim. E receba as palavras que não enviei.


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