quarta-feira, 13 de abril de 2011

O AMOR DA NOITE

Um dia Sol e Noite se cruzaram
Cada um com seus encantos
Olhou para dentro do outro
Se apaixonaram
Se amaram
A Noite hoje se desmancha
Não há mais eclipse na Terra
O Sol que tanto ama
Já não se encontra com ela.
Sabe o que aconteceu?
A Terra deu uma volta e parou
Levou a Noite para o outro lado
E longe do alcance do Sol ela ficou
Filho da natureza
Passou a sentir outros ventos
Sem senti-la por perto
Ele se desencantou...
Desapaixonou...
Desamou...
A Noite acreditou tanto
Naquele encontro
Naquele amor
Mesmo ouvindo estrelas dizerem
Que o amor do Sol não era mais seu
Isso ela não percebeu
E continuou a falar
Dos seus sentimentos
(Era o que lhe cabia
Naquela distância fria)
Chegou a berrar aos céus
Quem sabe a Terra ouviria?
Nada. Não ouviu.
O Sol sim
Mas não compreendeu
Que eram gritos de amor
Amor daqueles complacentes
Amor que no fim das contas entende
Era tanto amor que a Noite sentia
Que nem ela mesma entendia
Por que estava sempre ali para o Sol
Se ele nem queria tê-la por perto
Por que se dava tanto ao Sol
Se ele nem queria o que ela lhe oferecia
O Sol não quer a Noite
E disse a ela claramente
Será que agora ela entende?
Não quis conhecer
Não quis conviver
Disse com palavras e com atitudes
E é pelas atitudes que o Sol diz se fazer realmente
Sem ações... e agora mal fala
A Noite, que o ama tanto e tão docemente,
Vai embora para deixar o Sol viver o que sente.

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